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Pietro Bernal "Infinite Way" - Resenha





O albúm Infinite Way é o primeiro trabalho instrumental de Pietro Bernal, mas não é o primeiro lançamento da sua carreira. Contando já com um EP lançado em 2014 e um álbum lançado em 2016, ambos da sua banda Impheral, Pietro mostra uma clara e exponencial evolução, tanto como guitarrista quanto como compositor.


Agora com um acervo de influências novas sendo aplicadas, voltado muito para o já tradicional fusion e até com uma pegada de metal progressivo, mas sem perder a referência que cultivou muito tempo, que é o death metal melódico, encontrado em muitos riffs e licks.


A primeira música do álbum é a “Self”, que de cara já mostra a identidade do guitarrista, uma versatilidade em saltar por diversos estilos. A princípio vem a energia clássica de álbuns instrumentais de guitarra, com uma linha melódica contagiante e que instiga a pegar o seu próprio instrumento e ir estudar! Surpreendentemente, a música conta com outras passagens, sendo a seguinte bastante realçada pelo feeling, com notas lentas, bends e vibratos muito bem caracterizados. Há também a passagem final antes do retorno ao tema principal, que mostra um pouco da pegada que Pietro vem desenvolvendo ao longo dos seus anos de estudo, com riffs muito melódicos e frases guitarrísticas conversando com o sintetizador.


“Transcendental Bleeding” assim como o nome sugere é uma viagem transcendental pelo universo da guitarra de Pietro, abordando uma vastidão de técnicas e sentimentos, mas sem perder o peso que é tão característico em seus sons. É uma música mais longa, mas o desenvolvimento dela sempre surpreende e gera expectativa, com build-ups na bateria, cavalgadas nas cordas e até breakdowns! Trazendo uma identidade bem moderna e inovadora para o estilo, recheada de passagens interessantes em todos os instrumentos, mostrando a atenção que Pietro dá para cada aspecto da música.


“Hero Archetype” sem surpresas, me trouxe a nostalgia de um filme de herói de ação dos anos 80. É uma trilha com guitarras empolgantes e uma energia visceral! A música se desenvolve em vários nuances, reforçando mais as características da versatilidade e bom gosto no fraseado. O ponto alto para mim é na metade da música, prestem bastante atenção no ritmo!

“Stoic Realm” é o track mais “metal”, como uma caminhada através do background do guitarrista, tendo pitadas generosas de progressivo e death! De longe, minha música favorita!


“Falling Mana” se inicia com muito feeling, quase que guiando você para um exercício de respiração, mas logo vem o tema, quebrando totalmente a expectativa anterior! É uma música com uma energia muito otimista e para cima e que se torna mais pesada a cada minuto!


“Theta Wave” vem como uma música que explora ao máximo a técnica e musicalidade de Pietro, com trechos muito rápidos e precisos. Surpreende muito pela ousadia de ritmos! Destaque para o último trecho!


“Blue Sunrise” vem para reforçar o talento de Pietro para fazer as várias transições de suas composições, é uma música cheia de momentos brilhantes e nuances inesperados!


“Infinite Way” é a faixa que encerra o álbum e dá nome para ele. De todas, essa é a mais surpreendente, sem perder coesão e coerência, ela te leva por um caminho musical muito espiritual, como se contasse uma história sem dizer uma única palavra! A música cresce e se transforma de uma forma magnífica, com passagens que te levam em uma viagem espacial com os sintetizadores tradicionais do rock progressivo dos anos 70 e outras que parece que a guitarra tinha vida própria! Essa é a música mais intimista e subjetiva do álbum.


É possível perceber que o aspecto técnico do álbum foi feito e cuidado com muito carinho, pois cada frequência está exatamente na intensidade que devia estar, os timbres estão ótimos e tudo soa muito bem em conjunto! Um highlight foi o baixo, muito bem equalizado!

Ao fim dessa música, resta uma sensação de um álbum muito poderoso, ousado, diverso e completo. Ele vai agradar tanto os fãs tradicionais de música instrumental quanto os apreciadores de rock e metal, por ter uma linguagem de fácil aceitação e compreensão. Nunca se torna repetitivo ou cansativo, mantendo uma energia de surpresa do começo ao fim.


por Nicolas Souza

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